Não sei se você já teve a agradável dificuldade de avançar na leitura de um livro, após se deparar com um trecho que lhe chamou a atenção e fez com que você parasse, respirasse bem fundo e soltasse sua imaginação. Isso acontece comigo logo nos prefácios e até nas dedicatórias.
Estou lendo um livro do Philip Yancey, e descobri a história facinate de um homem chamado John Muir, relatada no prefácio de Eugene Peterson; e que agora eu compartilho com você.
"Na última metade do século dezenove, John Muir era o mais intrépido e maravilhoso explorador do extremo ocidental da América do Norte. Por décadas ele andou pelas impressionantes criações de Deus, para cima e para baixo, desde as Sierras da Califórnia até as geleiras do Alaska, observando, relatando, louvando e experimentando - entrando em tudo o que encontrava com o prazer de uma criança e reverência da maturidade.
Em 1874 Muir visitou um amigo que vivia numa cabana aninhada no vale de afluente do rio Yuba, nas montanhas Sierra - um lugar ermo, bom para se aventurar e depois voltar para uma reconfortante xícara de chá.
Num dia frio de dezembro surgiu uma tempestade vinda do Pacífico - uma brava tempestade que fustigava os zimbros e os pinheiros, as madornas e os ciprestes como se fossem folhas de relva. Era para tempos como esse que a cabana fora construída: proteção aconchegante dos elementos severos da natureza. Facilmente podemos imaginar Muir e seu anfitrião seguros na cabana bem calafetada; laleira acesa para espantar o assalto cruel dos elementos, ambos enrolados em peles de ovelha; Muir absorto, descrevendo, em elegante prosa, a fúria da natureza. Mas, nossas imaginações não treinadas a lidar com Muir, nos traem, pois Muir, em vez de se abrigar no aconchego da cabana, fechando bem a porta e jogando mais uma tora no fogo, saía da cabana no meio da tempestade, subia um alto penhasco, escolhia um pinheiro gigante como poleiro ideal para experimentar o caleidoscópio de cor e som, cheiro e movimento, abria caminho ao topo e cavalgava a tempestade, fustigado pelo vento - segurando firme para preservar a vida, curtindo a natureza: usufruindo toda sua rica sensualidade, sua energia primal".
E você...?
É um mero espectador da vida, que prefere os confortos de criatuaras ou, em vez disso, os confrontos com o Criador?
Abração!
4 comentários:
Então vamos avante!!!
talvez tenhamos apenas q trocar o cenário...
o pinheiro pela carnaúba, a tempestade pelo calor escaldante!! mas é isso aí...
Essa reflexão continua sábado lá no PG.!
Ei bixo se naum rolar o biquini q role o Rappa depois né!
ei...
muito legal o texto...
interessante como esse confronto com o Criador...
pode ocorrer em qualquer momento...
na leitura desse texto por exemplo...
Beijos Wendell!
Tenho certeza que o nobre colega Muir era escoteiro, só pode. Acredito que há momento pra tudo, temos que ser prudentes e agir como o desbravador do texto "com o prazer de uma criança e reverência da maturidade", ou seja, as vezes um conforto não faz mal a ninguém, esperar acalmar uma tempestade para tomar uma decisão é sempre prudente, mas precisamos também do confronto para irmos além!!
Um abração meu chefe!
Poxa !!
Como é gostoso..num texto em comum , encontrarmos uma fresta misteriosa que o transforma num elemento de ligação para que pessoas se comuniquem num assunto que antes parecia impossível abordar com palavras !!
Pr Marcelo.
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