O Centro de Fortaleza reserva para além do horário comercial uma porção de "navegadores solitários".
Quando fui convidado por uns amigos para participar do Projeto EstAção, não imaginava como a ação desenvolvida por eles poderia reverberar na estrada.
Confesso que, na primeira vez que fui até a Praça da Estação, estava ancioso por encontrar as pessoas com quem meus amigos interagiam nas noites de sábado à noite.
A idéia é simples: Sanduíches e suco no primeiro momento; e ouvido, atenção, abraços, sorrisos, compaixão... no segundo momento.
Fiquei e ainda fico impressionado com o poder desse gesto!
Quando chegamos na praça, os "navegadores e navegadoras solitári@s" vão aparecendo um por um. São pessoas que não têm nada... nada mais que seus trapos e o ar que respiram! Alguns saem "do sonho feliz e cidade" em busca de trabalho, mas acabam nas ruas. Outros, ao contrário, deixaram tudo e todos para viverem à deriva... São músicos, donas de casa, ministros do evangelho, filhos e filhas rebeldes, velhos que deixam seus lares em busca de algo que lhes complete.
Depois do primeiro encontro passei a reclamar menos lá em casa de "detalhes tão pequenos que eu insistia em tornar grandes demais para esquecer", como chegar da rua, com muito calor, sede e não ter água gelada pra beber. Só o filtro de barro "olhando" pra mim!
Agora, sou invadido por um sentimento que não sei explicar...
Me faltam palavras...
Lembrei de "Moby Dick em Lisboa"!
"Em tempos admirei cegamente estes homens, a sua coragem, o desprendimento com que se deixam ir entre mar e céu, entregues a si próprios e à fortuna que tanto protege os audaciosamente como friamente os elimina. Ainda hoje lhes reservo um canto do coração. Lá uma vez por outra, perde-se o navegador na imensidão dos oceanos. (....) Toda a gente quer ajudar de qualquer maneira, telefonar aos bombeiros ou aos hospitais, arregaçar as mangas. Em espírito vai tudo ao cais ou à praia deitar olhos para o oceano, a ver se aponta a vela. E não se fala noutra coisa. Estas duas palavras (navegador e solitário) estão cheias de tal prestígio que dizê-las ou ouvi-las, é assim como sentir um vento de heroísmo a agitar os cabelos e as gravatas. De um momento para o outro, o mundo fica cheio de heróis sem oportunidade nem emprego. (....) A humanidade sente-se regenerada, humanitária. Este mundo tem coisas. Porque entretanto, e antes, e depois, passam todos os dias ao nosso lado outros navegadores solitários, doentes uns, desafortunados, sem casa nem trabalho, sem alegria, sem esperança – e ninguém atravessa a rua para lhes dizer : « Estás perdido, amigo? Estás perdido ? »
(José Saramago, Moby Dick em Lisboa, Crônica.)
Talvez, todos nós pudéssemos fazer algo que esteja ao nosso alcance!
Um bom começo seria viver os valores da "Nova Cidade Celestial" aqui na Velha Cidade.
Um grande abraço a Tod@s!
"O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro". ("Terra Sonâmbula", Mia Couto)
domingo, 25 de maio de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
O Profeta Popular
Nordestino sim, nordestinado não.
(Patativa do Assaré)
Nunca diga nordestino
Que Deus lhe deu um destino
Causador do padecer
Nunca diga que é o pecado
Que lhe deixa fracassado
Sem condições de viver
Não guarde no pensamento
Que estamos no sofrimento
É pagando o que devemos
A Providência Divina
Não nos deu a triste sina
De sofrer o que sofremos
Deus o autor da criação
Nos dotou com a razão
Bem livres de preconceitos
Mas os ingratos da terra
Com opressão e com guerra
Negam os nossos direitos
Não é Deus quem nos castiga
Nem é a seca que obriga
Sofrermos dura sentença
Não somos nordestinados
Nós somos injustiçados
Tratados com indiferença
Sofremos em nossa vida
Uma batalha renhida
Do irmão contra o irmão
Nós somos injustiçados
Nordestinos explorados
Mas nordestinados não
Há muita gente que chora
Vagando de estrada afora
Sem terra, sem lar, sem pão
Crianças esfarrapadas
Famintas, escaveiradas
Morrendo de inanição
Sofre o neto, o filho e o pai
Para onde o pobre vai
Sempre encontra o mesmo mal
Esta miséria campeia
Desde a cidade à aldeia
Do Sertão à capital
Aqueles pobres mendigos
Vão à procura de abrigos
Cheios de necessidade
Nesta miséria tamanha
Se acabam na terra estranha
Sofrendo fome e saudade
Mas não é o Pai Celeste
Que faz sair do Nordeste
Legiões de retirantes
Os grandes martírios seus
Não é permissão de Deus
É culpa dos governantes
Já sabemos muito bem
De onde nasce e de onde vem
A raiz do grande mal
Vem da situação crítica
Desigualdade política
Econômica e social
Somente a fraternidade
Nos traz a felicidade
Precisamos dar as mãos
Para que vaidade e orgulho
Guerra, questão e barulho
Dos irmãos contra os irmãos
Jesus Cristo, o Salvador
Pregou a paz e o amor
Na santa doutrina sua
O direito do bangueiro
É o direito do trapeiro
Que apanha os trapos na rua
Uma vez que o conformismo
Faz crescer o egoísmo
E a injustiça aumentar
Em favor do bem comum
É dever de cada um
Pelos direitos lutar
Por isso vamos lutar
Nós vamos reivindicar
O direito e a liberdade
Procurando em cada irmão
Justiça, paz e união
Amor e fraternidade
Somente o amor é capaz
E dentro de um país faz
Um só povo bem unido
Um povo que gozará
Porque assim já não há
Opressor nem oprimido
(Patativa do Assaré)
Nunca diga nordestino
Que Deus lhe deu um destino
Causador do padecer
Nunca diga que é o pecado
Que lhe deixa fracassado
Sem condições de viver
Não guarde no pensamento
Que estamos no sofrimento
É pagando o que devemos
A Providência Divina
Não nos deu a triste sina
De sofrer o que sofremos
Deus o autor da criação
Nos dotou com a razão
Bem livres de preconceitos
Mas os ingratos da terra
Com opressão e com guerra
Negam os nossos direitos
Não é Deus quem nos castiga
Nem é a seca que obriga
Sofrermos dura sentença
Não somos nordestinados
Nós somos injustiçados
Tratados com indiferença
Sofremos em nossa vida
Uma batalha renhida
Do irmão contra o irmão
Nós somos injustiçados
Nordestinos explorados
Mas nordestinados não
Há muita gente que chora
Vagando de estrada afora
Sem terra, sem lar, sem pão
Crianças esfarrapadas
Famintas, escaveiradas
Morrendo de inanição
Sofre o neto, o filho e o pai
Para onde o pobre vai
Sempre encontra o mesmo mal
Esta miséria campeia
Desde a cidade à aldeia
Do Sertão à capital
Aqueles pobres mendigos
Vão à procura de abrigos
Cheios de necessidade
Nesta miséria tamanha
Se acabam na terra estranha
Sofrendo fome e saudade
Mas não é o Pai Celeste
Que faz sair do Nordeste
Legiões de retirantes
Os grandes martírios seus
Não é permissão de Deus
É culpa dos governantes
Já sabemos muito bem
De onde nasce e de onde vem
A raiz do grande mal
Vem da situação crítica
Desigualdade política
Econômica e social
Somente a fraternidade
Nos traz a felicidade
Precisamos dar as mãos
Para que vaidade e orgulho
Guerra, questão e barulho
Dos irmãos contra os irmãos
Jesus Cristo, o Salvador
Pregou a paz e o amor
Na santa doutrina sua
O direito do bangueiro
É o direito do trapeiro
Que apanha os trapos na rua
Uma vez que o conformismo
Faz crescer o egoísmo
E a injustiça aumentar
Em favor do bem comum
É dever de cada um
Pelos direitos lutar
Por isso vamos lutar
Nós vamos reivindicar
O direito e a liberdade
Procurando em cada irmão
Justiça, paz e união
Amor e fraternidade
Somente o amor é capaz
E dentro de um país faz
Um só povo bem unido
Um povo que gozará
Porque assim já não há
Opressor nem oprimido
segunda-feira, 12 de maio de 2008
"Os Sonhos Não Envelhecem..."
Quando estava no curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Estadual do Ceará participei de muitos Congresso de Estudantes. Mais adiante vocês terão a oportunidades de saber mais um pouco sobre eles.
Nesses congressos, geralmente, as propostas, para o movimento estudantil, universidade e sociedade são apresentadas em forma de teses. Estas teses recebem "pseudônimos", muitas vezes trechos ou frases de músicas e poemas. Lembro-me de algumas: "Nada do que foi será"; "Quem vem com tudo não cansa"; "A beleza de ser um eterno aprendiz"; "Frutos da crise, sementes da ousadia"; "Pro dia nascer feliz"; "Somos quem podemos ser...Sonhos que podemos ter..."; e por aí vai...
Mas teve um congresso que me marcou não pelas teses defendidas ou por aquela vencedora ao final dos dias de debates. Uma das correntes do movimento estudantil escolhera uma letra, "Clube da esquina nº 2", para divulgar sua tese, que se chamava "Os Sonhos Não Envelhecem".
O movimento estudandil foi uma das minhas escolas. Foi lá que aprendi a controlar minha timidez, além de ter contribuído diretamente na minha formação. E esse mesmo movimento estudantil começava a entrar em colapso, uma vez que muitos projetos de esquerda resolveram optar pela social democracia, chegaram ao governo e paradoxalmente tiveram (e estão tendo) êxito numa conjuntura neoliberal, sem ruptura ideológica. Conclusão: a galera estava cantando como o poeta "ideologia, eu quero uma pra viver!"
Capistrano de Abreu, na busca por identificar os responsáveis pela construção do edifício colonial, construiu um pensamento que ainda ecoa nos nossos dias; "o povo, durante trezentos anos capado e recapado, sangrado e ressangrado."
Dura realidade e sentimento de impotência...
Não sei se soava como consolo ou como alívio para os meus pés cansados até aquele momento...
"Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem se lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, asso, asso
Asso, asso, asso, asso, asso, asso
Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos
Calmos, calmos, calmos
E lá se vai mais um dia
E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva
De um rio, rio, rio, rio, rio
E lá se vai...(...)"
(Milton Nascimento / Lô Borges / Márcio Borges)
E foi nessa atmosfera que a poesia saltou no meio daquelas teses que nada podiam reverter aquele quadro de decadência e desarticulação.
Muitos dias se passaram e os anos também!
Sempre que encontro meus "companheir@s" de movimento estudantil, eles lamentam os tempos que não voltam mais e da apatia, da falta de mobilização dos estudantes de hoje! Também lamentam o fato do trabalho ter-lhes absorvido de tal forma, que acham impossível sair da órbita "casa-trabalho-casa".
Quando digo que não parei de caminhar, que não me filiei a nenhum partido político e que as bandeiras que levanto hoje são outras, vejo nos olhos deles um brilho especial, que me motiva e me faz lembrar: "É... José! Os Sonhos Não Envelhecem!"
E o que se chamava estrada encontrou uma "Nova Chama", que se fez "lâmpada para os pés e luz para o caminho".
Também queria dizer para vocês que estão passando por essa estrada:
"Sonhos não envelhecem...
envelhecem... os que não sabem sonhar bonito!
O rosto da alma não sofre a ação do tempo!
Sobrepuja-o com discrição... dignidade e contentamento!
Homens... máquinas que guerreiam pela ânsia da vida...
desejando a qualquer custo
alcançar o primeiro lugar no pódio...
na conquista da taça... no mundo dos negócios...
não sabem sonhar bonito!
Não vêem mais as árvores...
e nem o brotar de novas flores...
Não sentem o frescor da chuva e...
nem o cheiro da terra molhada!
Chutam as pedras... sem tirá-las do caminho!
A dialética da vida...
não se interpõe em nossos pensamentos!
nós é que a enquadramos...
dentro dos padrões de vida que escolhemos!
A visão comprometida pela luta... nos leva a torvelinhos e...
às vezes afundamos... sem voltar à tona!
Visão ampla...é a visão da essência...
a visão que os poetas enxergam!!!
Sonhos não envelhecem...
se o renovarmos a cada dia...
E nem as almas de quem souber sonhar bonito!
("Sonhos não envelhecem", Iracema Zanetti )
"É... Amig@! Os Sonhos Não Envelhecem!"
Abraço a Tod@s!
Nesses congressos, geralmente, as propostas, para o movimento estudantil, universidade e sociedade são apresentadas em forma de teses. Estas teses recebem "pseudônimos", muitas vezes trechos ou frases de músicas e poemas. Lembro-me de algumas: "Nada do que foi será"; "Quem vem com tudo não cansa"; "A beleza de ser um eterno aprendiz"; "Frutos da crise, sementes da ousadia"; "Pro dia nascer feliz"; "Somos quem podemos ser...Sonhos que podemos ter..."; e por aí vai...
Mas teve um congresso que me marcou não pelas teses defendidas ou por aquela vencedora ao final dos dias de debates. Uma das correntes do movimento estudantil escolhera uma letra, "Clube da esquina nº 2", para divulgar sua tese, que se chamava "Os Sonhos Não Envelhecem".
O movimento estudandil foi uma das minhas escolas. Foi lá que aprendi a controlar minha timidez, além de ter contribuído diretamente na minha formação. E esse mesmo movimento estudantil começava a entrar em colapso, uma vez que muitos projetos de esquerda resolveram optar pela social democracia, chegaram ao governo e paradoxalmente tiveram (e estão tendo) êxito numa conjuntura neoliberal, sem ruptura ideológica. Conclusão: a galera estava cantando como o poeta "ideologia, eu quero uma pra viver!"
Capistrano de Abreu, na busca por identificar os responsáveis pela construção do edifício colonial, construiu um pensamento que ainda ecoa nos nossos dias; "o povo, durante trezentos anos capado e recapado, sangrado e ressangrado."
Dura realidade e sentimento de impotência...
Não sei se soava como consolo ou como alívio para os meus pés cansados até aquele momento...
"Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem se lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, asso, asso
Asso, asso, asso, asso, asso, asso
Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos
Calmos, calmos, calmos
E lá se vai mais um dia
E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva
De um rio, rio, rio, rio, rio
E lá se vai...(...)"
(Milton Nascimento / Lô Borges / Márcio Borges)
E foi nessa atmosfera que a poesia saltou no meio daquelas teses que nada podiam reverter aquele quadro de decadência e desarticulação.
Muitos dias se passaram e os anos também!
Sempre que encontro meus "companheir@s" de movimento estudantil, eles lamentam os tempos que não voltam mais e da apatia, da falta de mobilização dos estudantes de hoje! Também lamentam o fato do trabalho ter-lhes absorvido de tal forma, que acham impossível sair da órbita "casa-trabalho-casa".
Quando digo que não parei de caminhar, que não me filiei a nenhum partido político e que as bandeiras que levanto hoje são outras, vejo nos olhos deles um brilho especial, que me motiva e me faz lembrar: "É... José! Os Sonhos Não Envelhecem!"
E o que se chamava estrada encontrou uma "Nova Chama", que se fez "lâmpada para os pés e luz para o caminho".
Também queria dizer para vocês que estão passando por essa estrada:
"Sonhos não envelhecem...
envelhecem... os que não sabem sonhar bonito!
O rosto da alma não sofre a ação do tempo!
Sobrepuja-o com discrição... dignidade e contentamento!
Homens... máquinas que guerreiam pela ânsia da vida...
desejando a qualquer custo
alcançar o primeiro lugar no pódio...
na conquista da taça... no mundo dos negócios...
não sabem sonhar bonito!
Não vêem mais as árvores...
e nem o brotar de novas flores...
Não sentem o frescor da chuva e...
nem o cheiro da terra molhada!
Chutam as pedras... sem tirá-las do caminho!
A dialética da vida...
não se interpõe em nossos pensamentos!
nós é que a enquadramos...
dentro dos padrões de vida que escolhemos!
A visão comprometida pela luta... nos leva a torvelinhos e...
às vezes afundamos... sem voltar à tona!
Visão ampla...é a visão da essência...
a visão que os poetas enxergam!!!
Sonhos não envelhecem...
se o renovarmos a cada dia...
E nem as almas de quem souber sonhar bonito!
("Sonhos não envelhecem", Iracema Zanetti )
"É... Amig@! Os Sonhos Não Envelhecem!"
Abraço a Tod@s!
domingo, 4 de maio de 2008
Está Chovendo!
O Semi-árido brasileiro tem uma paisagem exuberante!
Não é difícil compreender o amor dos poetas e artistas populares por este pedaço de chão.
No último fim de semana fui participar da Consulta da Fraternidade Teológica Latino-Americana/Nordeste. Passei por quatro estados: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e cheguei nas Alagoas.
Tudo Verde! Mas as terras em poder de poucos!
Nosso país não poderá equacionar muitos dos nossos problemas sociais sem que antes faça uma divisão de terras que seja justa.
Me alegrei e até cheguei ficar com os olhos marejados de ver a caatiga viva e viçosa. Aí lembrei do "Seu Luis", filho de Januário:
"Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação
A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador
Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza
Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano."
"A Volta da Asa Branca" (Luis Gonzaga, Humberto Teixeira e Zé Dantas).
Bem...
Ainda não foi dessa vez que achei minha "Linda Flor"!
Quanto ao vigário? Como disse o poeta: "Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade, disso Newton já sabia! Cai no sul grande cidade". Estou com saudade, viu cara?!!!
Quanto à "safra" desse ano? Essa foi uma das boas notícias que recebi a caminho de Maceió, ainda no dia 1º de maio, dia do trabalho. Nossa ONG conseguiu seu primeiro financiamento. Nossas atividades já estão asseguradas durante 2008. Eita inverno bom!!! heheheheh!!!!
"Ai, ai, eu tô alegre
Mais alegre a natureza ". hehehehehehhehheheheh!!!!!!
Não é difícil compreender o amor dos poetas e artistas populares por este pedaço de chão.
No último fim de semana fui participar da Consulta da Fraternidade Teológica Latino-Americana/Nordeste. Passei por quatro estados: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e cheguei nas Alagoas.
Tudo Verde! Mas as terras em poder de poucos!
Nosso país não poderá equacionar muitos dos nossos problemas sociais sem que antes faça uma divisão de terras que seja justa.
Me alegrei e até cheguei ficar com os olhos marejados de ver a caatiga viva e viçosa. Aí lembrei do "Seu Luis", filho de Januário:
"Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação
A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador
Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza
Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano."
"A Volta da Asa Branca" (Luis Gonzaga, Humberto Teixeira e Zé Dantas).
Bem...
Ainda não foi dessa vez que achei minha "Linda Flor"!
Quanto ao vigário? Como disse o poeta: "Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade, disso Newton já sabia! Cai no sul grande cidade". Estou com saudade, viu cara?!!!
Quanto à "safra" desse ano? Essa foi uma das boas notícias que recebi a caminho de Maceió, ainda no dia 1º de maio, dia do trabalho. Nossa ONG conseguiu seu primeiro financiamento. Nossas atividades já estão asseguradas durante 2008. Eita inverno bom!!! heheheheh!!!!
"Ai, ai, eu tô alegre
Mais alegre a natureza ". hehehehehehhehheheheh!!!!!!
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