segunda-feira, 5 de março de 2012

Salve o Tubarão da Barra



Lembro-me, de quando ainda adolescente, da grande mobilização feita na mídia para salvar o mico leão dourado. O slogan era: “salve o mico leão dourado”. O interessante é observar os desdobramentos dessa campanha: para a espécie não ser extinta o seu habitat também teria que ser protegido. Hoje, o mico leão dourado e parte da  Mata Atlântica (antes floresta, que foi dizimada no período do extrativismo vegetal colonial) resistiram a expansão imobiliária e fundiária.

Mas o que isso tem haver com o futebol cearense?

Ultimamente tenho ouvido, nas mais diversas rodas de conversas, que o Ferroviário, de torcedores ilustres e de torcedores anônimos, vai se acabar. Não bastasse o fato dos formadores de opinião só mostrarem os problemas, reforçam tal tese com a argumentação de que o Ferroviário passa pelo processo de “maguarização”.

Ora, senhoras e senhores leitores, temos aqui um caso semelhante ao do mico leão dourado. O que muda é o ecossistema.

Não pensem os dirigentes e torcedores dos outros Clubes, principalmente os do Ceará e Fortaleza, que a queda do Ferroviário para a segunda divisão do campeonato cearense não afetará o equilíbrio de forças dentro dos campeonatos vindouros.

Os mais pragmáticos e céticos dirão que esta abordagem não merece crédito e não tem a menor fundamentação. Quero lembrar que o mico leão dourado foi salvo da extinção; o Maguary deu lugar a concretude de postes, geradores, transformadores e cabos de alta tensão na subestação de uma companhia de energia elétrica.

Conclamo os torcedores dos outros clubes para darem as mãos e começarem uma onda pró futebol cearense, ao vestirem a camisa da campanha “Salve o Tubarão da Barra”. Os desdobramentos disso? Ah! Quem sabe não reside aí a tão sonhada paz nos estádios e a competição; ou rivalidade; ou ainda, disputa sadia entre as torcidas?

Wendel Cavalcante